Cracolândia: Perspectivas sobre as Ações no Centro de São Paulo
Buscamos sempre trazer diferentes olhares sobre os desafios e as propostas para a nossa cidade, com o compromisso de promover um debate construtivo e neutro. Hoje, compartilhamos com vocês a análise de Steh Papaiano sobre as recentes movimentações em relação à Cracolândia.
Steh Papaiano detalha duas frentes de atuação que, segundo ela, visam o desmantelamento da Cracolândia e a restituição da dignidade aos moradores, dependentes químicos e trabalhadores do centro.
As Duas Frentes em Ação:
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A Cracolândia no Minhocão: A primeira frente, liderada pelo vice-prefeito, busca inviabilizar a permanência da Cracolândia no Minhocão, visando transformar a região em um espaço mais produtivo e de convivência. Steh Papaiano comenta as críticas de que a medida, que incluiu a criação de um estacionamento na parte inferior, seria “higienista”, mas argumenta que ela, na verdade, inviabiliza a venda e o uso de drogas no local. A autora menciona uma manifestação recente contra o projeto, destacando a percepção de moradores de que os participantes não seriam da região.
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Desapropriação da Favela do Moinho: A segunda frente, liderada pelo governo estadual, foca na desapropriação da Favela do Moinho, descrita como um “bunker para traficantes”. Steh Papaiano informa que a maioria das famílias (84%) aceitou a realocação para CDHUs. Ela aponta que uma minoria de supostos moradores e militantes de esquerda estariam fazendo barulho, e que a Cracolândia “desapareceu” coincidentemente no dia do início da desocupação, reaparecendo, em seguida, nas imediações do Minhocão e da própria Favela do Moinho.
Pontos de Análise levantados pela autora:
A autora levanta questionamentos importantes sobre a dinâmica da Cracolândia e as forças que, em sua visão, a mantêm. Steh Papaiano sugere uma relação entre ONGs ligadas à esquerda e a existência da Cracolândia, criticando a lei antimanicomial e sua aplicação. Ela vai além, insinuando uma aliança entre o crime organizado e “ideologias” específicas para sabotar o planejamento de desmonte da Cracolândia e a revitalização do centro, com o objetivo final de impedir a realocação das famílias da Favela do Moinho.
A análise de Steh Papaiano nos convida a refletir sobre os diversos ângulos e interesses que permeiam a questão da Cracolândia e a revitalização do centro de São Paulo. A complexidade do tema exige um olhar atento e a consideração de múltiplas perspectivas.
Qual a sua opinião sobre as ações e os pontos levantados pela autora? Compartilhe seus pensamentos e continue acompanhando nossa coluna para mais debates sobre o futuro do nosso centro.
ABAIXO O TEXTO DE PAPAIANO NA ÍNTEGRA:
Vocês querem saber o que está acontecendo com a Cracolândia? Então vamos lá. Hoje, na cidade de São Paulo, duas frentes estão em ação — uma liderada pelo governador Tarcísio e outra pelo vice-prefeito — ambas com o mesmo objetivo: o desmantelamento da Cracolândia e devolver a dignidade dos moradores do centro/ dos adictos/ daqueles que trabalham e usam o centro como via de passagem. 1) A Cracolândia no Minhocão A primeira frente busca inviabilizar a permanência da Cracolândia no Minhocão e transformar a região em um espaço mais produtivo e de convivência para os moradores. Esse projeto está sendo conduzido pelo nosso vice-prefeito, que vem sendo duramente atacado nos últimos dias por transformar a parte debaixo do Minhocão em um estacionamento. A esquerda, como era de se esperar, rotulou a medida como “higienista”, alegando que ela dificulta a presença de pessoas em situação de rua. Mas o que ela de fato inviabiliza é a venda e o uso de drogas no local. Na semana passada, militantes do PT e do PSOL organizaram uma manifestação com “bicicleteiros” contra o projeto. Curiosamente, nos comentários da própria manifestação, diversos moradores deixaram claro seu apoio à medida — e ainda disseram nunca ter visto esses ciclistas por lá antes, suspeitando que vieram de bairros como Vila Madalena e Pinheiros, só pra fazer pressão. 2) O fator mais relevante: a desapropriação da Favela do Moinho Essa ação é liderada pelo governo estadual. A Favela do Moinho é a última favela remanescente no centro da capital. É murada, com uma única entrada — um verdadeiro bunker para traficantes, ideal para esconder drogas e dificultar operações policiais. Pois bem, o governo Tarcísio negociou com 84% das famílias, oferecendo realocação digna em CDHUs. E sabe o que aconteceu? A maioria absoluta não só concordou, como quer sair dali. Nas últimas semanas, no entanto, uma minoria de supostos moradores — somada a militantes cooptados pela esquerda — tem feito barulho na Prefeitura e na Câmara Municipal. Coincidência ou não, justo no dia em que começou a desocupação, houve confusão… e a Cracolândia “desapareceu”. Mas olha só que “coincidência”, né? Eu, sinceramente, não acredito em coincidências. E adivinhem? Hoje, os usuários de crack apareceram justamente nos arredores do Minhocão e… da Favela do Moinho. Vou ser bem direta com vocês: se não fossem as ONGs ligadas à esquerda, a Cracolândia não existiria em São Paulo. Se não fosse essa aberração chamada lei antimanicomial, não teríamos pessoas sendo tratadas como ratos de laboratório na mais macabra engenharia social inventada pela esquerda. A verdade é que o crime organizado, em aliança com essa ideologia podre, “sumiu” com os usuários no momento exato da ação estatal — e reapareceu com eles para sabotar todo o planejamento de desmonte da Cracolândia e revitalização do centro. Porque, no fim das contas, isso tudo é sobre impedir que as famílias da Favela do Moinho sejam realocadas para um lugar onde possam viver com dignidade.